por Everton Pereira
Minha memória
sobre a tomada de gosto pelo chamado “filme b” é algo bem remoto, coisa de uns
dez anos atrás, posso chutar algum precursor, mas obviamente nada vem por
acaso, e a arte do cinema veio até mim num conglomerado de outras influências, por
exemplo, na filmografia de Andrey Tarkovski, que conheci por intermédio das
poesias de seu pai Arseny Tarkovski.
Andrey tinha por
mérito em algumas passagens de seus filmes utilizar versos de seu pai,
mesclando um sincronismo entre as imagens e os textos, acho que assisti quase
todos dele, posso citar Stalker, esse filme tem uma curiosidade fudida, anos
depois todos que participaram dele morreram, inclusive o próprio Tarkovski, de
complicações cancerígenas provavelmente ligadas as acomodações das gravações,
que foram feitas na Estônia que possuía um desenvolvimento
industrial/radioativo muito grande.
Na minha visão e
pelo que li sobre o filme ele discorre sobre as necessidades de refúgio
do ser humano, a história se passa com três indivíduos chave, um seria o
Stalker ou, numa tradução grosseira "aquele que espreita" que é uma espécie de
guia para os outros dois personagens que vão a procura de uma “zona”; no
interior da zona há um quarto capaz de realizar os desejos de qualquer pessoa
que nele conseguisse entrar, desejos estes não de cunho material, pelo menos a
vista da película, algo como o encontro consigo mesmo e realizações psíquicas, após
a ultrapassagem de todas as armadilhas que só um Stalker poderia sobrepor.
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